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domingo, 13 de novembro de 2022

Anjos & Demónios

Quero ver melhor, mas está um manto púrpura

À frente dos meus olhos enevoados…

E só vejo brilhantes quando te vejo!

Quero ver-te melhor mas

Os meus olhos estão fechados a sonhar contigo.

Há algo em mim que cai a teus pés,

Que torna tão fácil me seduzires

(Sem sequer te esforçares)

Há algo que me amolece sempre que me chamas.

Não há nada que eu veja em ti que me afaste de nós.

Acho que os teus anjos querem falar com os meus…

E eu a ver os meus demónios a chamar os teus para brincar.

E nesta queda que dou,

Sinto-me a voar…

Estas são as reticências da nossa intensidade.

E há algo sobre ti que me faz desejar-te e pensar-te, arfando…

E quando sorris eu suspiro com a intensidade do teu brilho.

É o manto da ilusão…? É a minha carência a transbordar?

Ou são as nossas almas a celebrar?

Os meus lábios chamam os teus,

Chamam os teus,

Chamam os teus…

Arrepio-me, suspiro... 

Dá-me beijos…

E nesta queda que dou,

Sinto borboletas a voar dentro de mim.

Crescem-me asas nas minhas costelas

E danço para ti como se fosses o único Homem no Universo.

 

 

Novembro, 2022
Dìäna Estëvaö

terça-feira, 2 de agosto de 2022

A POEM FOR A SOUL

 I DON´T KNOW WHAT'S GOING ON...
 BUT I KNOW YOU DESERVE THE BEST.
 WHAT FILLS YOU WITH HAPPINESS AND FAITH.

 THEY BLA BLA BLA...
 BUT IN THE END:
 YOUR HEART...IS ONLY YOURS...
 THEY SAY YOU DON'T KNOW WHAT YOU HAD GOT...
 BUT IN THE END:
 YOU'RE THE ONLY ONE WHO KNOW.
 YOU MUST NOT APOLOGIZE FOR WHAT YOU SHOULD HAVE DONE.
 AND IN THE END...

 I REALLY HOPE YOU FIND WHAT YOU'RE LOOKING FOR...
 FIND WHAT YOU'RE LOOKING FOR...
 ...WHAT YOU'RE LOOKING FOR.

 

DME

terça-feira, 11 de janeiro de 2022

Viagem sem volta

Nesta viagem, estamos a chegar ao final.
Eu vou na frente, agora..., mas não estou feliz.
Já estive a teu lado e
Sempre que apressamos o nosso passo
Puxei-te tantas vezes para trás...
Ao menos tivesses percebido...
Não queria que a nossa viagem terminasse.
Não quero que seja doloroso.
Não te quero magoar.
Magoaste-me tanto.
Chorei como nunca.
Agora sou eu ou tu, eu ou tu,
Digo-me todos os dias:
Sou eu ou tu... eu ou tu...
Nesta viagem escolho-me a mim.
Queria que fosse um pesadelo,
Daqueles que acordamos.
Aqui não acordo,
É um pesadelo acordada.
Escolho-me a mim.
Escolho-me a mim.
Eu escolho-me a mim.

terça-feira, 28 de dezembro de 2021

Vento

Há um vento suavemente intenso
Que não é brisa nem ventania
Que eu sinto ao te sentir,

Quando te sinto a energia.
Consigo sentir esse ar, morno,
Que passa pelo meu peito
Com transtorno,
Deixa-me sem jeito…
Vibra, imperfeito,
E de passagem,
Não fica nem vai…
Faz-me uma massagem no peito
E dele o meu coração cai.

quarta-feira, 22 de dezembro de 2021

Engolir o coração

Sempre dei comigo a tentar engolir o coração
De cada vez que não quero sentir algo
Ou não quero sentir tanto…
Vomitei-o todas as vezes que tentei comê-lo.
E acho que senti ainda mais intensamente
O que não queria sentir nem ver.

domingo, 5 de dezembro de 2021

Voa-me.

Para lá da névoa
Que nos tem.
Para lá do véu
Que não nos deixa ver
Quem somos.
Voa-me.
Sustem-te na minha vibração.
Respira-me.
Atravessa a minha energia.
Voa-me.

Toma-me.

quinta-feira, 2 de dezembro de 2021

Labareda

Intensa labareda, chama que me chama, 

Que me preenche o corpo vazio de ti

Cheio de vontade de te tomar na cama

No chão, nas paredes que por dentro senti!


Na esperança de te fazer perdurar

Pintei-te difusa na minha tela esquecida.

Decorei as tuas formas na minha mão

E desenhei o teu corpo na minha mente adormecida...

Eu não quis senão agarrar-te com a emoção

Que trago desde que te conheci despida...


Soube a pouco o que me deste 

Em comparação com o que deixaste em mim!

Já se evaporou dos meus dedos

O cheiro que trazias a tesão e alecrim.

Quero-te, porque és parte dos meus segredos

E não foi suficiente, quero dar-te orgasmos sem fim

Sem ter receio dos teus medos.


Na esperança de te voltar a sentir

Escrevo-te incendiado pelo teu elixir...

E se me leres e ignorares 

Pensa nas vezes que te fiz vir

E revive como é bom te demorares

Com a tua vulva na minha boca...



Mateus Marques, Dezembro de 2021

sábado, 20 de novembro de 2021

Dançando

Dançamos, tremidos...

É como se numa dança,

Tu e eu nos cordenássemos,

Mas fosse difícil decidir quem

Assume a emoção.

Quem assume a conexão.

Dançamos.


Descordenados.


Observamos o movimento um do outro.

Temerosos.


Aquilo que tememos, evitamos.

O que evitamos atinge-nos

Com uma força de quem nos espanca.

Não evitemos.

Procuremo-nos.

Procuremos dançar o melhor possível.


Mesmo sendo descordenados de noção.

segunda-feira, 15 de novembro de 2021

Manifestação

Sou várias numa só, pessoa.

Multipolar, variada, multifacetada ou
Avariada, como alguns me querem chamar.

Sou a Mulher, Ser Humano, Espírito, pessoa,
Artista, que muitos não entendem e continuam a errar.

Enganem-se se não somos todos assim,
De facetas várias e estados de espírito e afins…
Quando entendermos todos que somos energia,
Vibração, harmonia que se desarmoniza e revolta
Com a emoção, sensação e oscilação destas ondas invisíveis… Seremos mais felizes.

Somos todos mais complexos do que queremos aceitar.
Somos todos mais criadores do que o que aceitamos criar.
Somos experiências de cura, a curar.
Manifestem-se, que a vida sem emoção é cinza.

Eu sou Manifestadora.

Novembro, 2021

quinta-feira, 11 de novembro de 2021

A minha Verdade

Quanto do meu corpo

É Arte?

Quanto do meu corpo

É Segredo?

Quanto dele é lembrança?

Quanto dele é meu?

Quanto dele sou Eu?


O meu corpo nu

Despe-me da monotonia

Do dia-a-dia...

Regresso a mim quando me toco.


Com o meu corpo faço a arte

De me abraçar, Voando.

Com o meu corpo Abraço-me,

Arfando e suspirando de amor e

De vontade...


Não fosse eu a minha casa

Não faria sentido abrigar-me

Onde repouso todos os dias...

Onde me deito quando quero sonhar,

Onde choro quando me quero derramar.

Onde me venho quando me quero amar.

Não é belo termos um corpo para abraçar?


Vou usando o meu corpo e permito

Que ele me use a mim.

Com as imensas sensações

Que nos podemos dar...

E é de mim que me alimento!

Comendo as minhas verdades...

Bebendo dos meus sentimentos...

Respirando as minhas Vontades...

Respirando Vontades.

A minha Verdade.


segunda-feira, 14 de junho de 2021

Caminho da Vida

(Quis deformar-me para caber melhor onde nunca foi o meu lugar.)

Peguei nos meus cabelos e beijei-os.

(Quis ser outra qualquer, sei lá...)

Peguei nas minhas mãos e agradeci por me levarem a sentir o mundo.

(Fiquei muito tempo onde não respirava, eu sei lá porquê...)

Abracei o meu peito dorido e disse que gostava de estar nele enroscada.

(Temi muitas vezes a minha Luz.)

Então encostei o meu ouvido ao meu coração e escutei a música...

(Chorei muitas vezes.)

A minha mão direita agarrou a esquerda.

(Outrora abandonei-me)

Como não me emocionar ao reencontrar a minha Alma?

(Primeiro rejeitei-me.)

Aceitei-me.

(Antes recusei-me.)

Eu estou primeiro.

(Tive vergonha da minha Luz.)

Deixei ir.

(Fingi ser menos do que Sou.)

Pedi a mim para ser quem Sou Agora.


Aceito-me.



domingo, 4 de abril de 2021

AVontade de renascer... aos 33.




Segurei durante anos esta vontade!

Uma força irresistível de me virar para mim, como se todas as forças que não se veêm me puxassem a mim e me dissessem:
Segue-te!

E eu segui muitas vezes o meu coração, essa metáfora que ilustra a nossa vibração e amor!
"Vai a correr para ti, fica contigo, a sós e diverte-te!"
E como se eu fosse um lugar cheio de magia, luz e esperança, felicidade e alegria... Eu corria mesmo de escola para casa e mais tarde do trabalho para casa para estar comigo!

Dançar! A paixão secreta!
A terapia que todos deveriam experimentar...

Mas a vida puxa-nos muito para fora, como se nos testasse a nossa vontade.
E nem me segui.
Segui inclusive paixões de outros e fiz muitas pessoas brilhar! O que também é fantástico. E seria lindo só por si, se eu não tivesse vindo para brilhar incandescentemente por mim e para mim!

Aquele chamamento forte que eu ignorei tantas vezes, hoje entendo-o! Foram precisos 33 anos?

Desde que me lembro de mim, há uma força deveras irresistível em estar comigo, em escrever, cantar, dançar, virar-me para mim, seguir a minha vontade, a minha música interior... Criar coisas novas!
Segue-te, sentia eu...

Fico a pensar hoje quantas pessoas vivem assim a correr delas próprias, porque acreditam que têm de ganhar vida e o ganho está fora delas... Quantas?

A vontade de me seguir! Sentia eu...
Não me digam que sou a única?

Porque fugimos tanto de nós?
Que foi isto que nos ensinaram de crescer longe de quem somos de verdade?
Quantos de nós fugimos da nossa voz?

Renasci das cinzas novamente e hoje em dia entendo que é este o meu processo interior contínuo para me apurar e crescer.


2021.04.04


segunda-feira, 7 de dezembro de 2020

O lado de Luz de Medusa

O lado de Luz de Medusa que ninguém conheceu na história...
Medusa orgulhava-se da sua beleza, enquanto a tentavam convencer que vaidade é veneno.
Medusa, a bela que encantou, que se encantou e a quem desencantaram.
A jovem que sonhou e se apaixonou. Ousada. Jovem. Castrada. Cuja sexualidade foi violentada e distorcida como sendo Medusa, a Monstra. Medusa não foi vilã, foi vítima!
E não, Sexualidade não é sexo, redutor seria dizer que sim.
Medusa, dona de uma beleza inigualável, contam, irritou uma Deusa...
Sedutora jovem, que foi morta com um filho no ventre.
Não consigo ler esta história sem ver uma metáfora para uma realidade escondida.
Como eu leio esta história e adapto imediatamente à realidade...
Vamos honrar a Medusa, que foi mandada matar por uma mulher.

Medusa sou eu.
Somos nós.

Somos todas as mulheres castradas pelo nosso potencial e espontânea sexualidade, sensualidade e poder!
E o pior é que somos castradas por nós mesmas!
Até quando vamos castigar-nos por sermos mulheres? Por termos o corpo de uma forma ou de outra?
Por usarmos uma roupa, trapo ou não usarmos?
Até quando vamos castigar-nos pelos erros dos homens?
Ele só foi porque ela teve culpa? Seja ela amante, a "cabra", seja ela esposa, a "distante"...
É mesmo sempre por causa delas?
Vamos crescer juntas, partilhando conhecimento e potencial.
Devemos sentir-nos belas e poderosas. Sem limites. Sem constrangimentos nem complexos! Sem ciumes ou invejas.
Até quando nos iremos afastar umas das outras em vez de unirmos a força que temos juntas?
Ensinaram-nos a extinguirmo-nos. Atenção... Foi uma cilada. Atentem... Foi esquema. Há um medo terrível que nos unamos.

Juntas somos a Força do Universo.






P.S.: Quem ler a história de Medusa, vai identificar duas personagens masculinas que ñ citei e que contribuíram diretamente para a morte desta personagem.
Uma engravidou Medusa e outra decapitou-a.
Todavia, propositadamente foquei a culpa numa personagem feminina, quanto ao desfecho da história, porque sinto que é assim que temos tendência a salientar a culpa da mulher, em tudo... Subtilmente.
Gostaria que percepcionasem como é!
Está incutido.

sábado, 28 de novembro de 2020

Mensagem ao mundo


Despertei, depois de uma curta noite a sonhar atribuladamente e com micro despertares em pensamentos confusos e fugazes.
É madrugada e à bocado, foi como se algo me puxasse dentro de mim para fora da cama e eu sentisse:
é agora.

Trabalhei durante mais de uma década com toda a minha criatividade sempre para outrem. Várias marcas e empresas tiveram e têm a minha mente criativa e dedicada ao seu projecto.
Mesmo quando criei a minha empresa há 9 anos atrás (que nunca vingou) com muito trabalho, nada daquilo era a minha vontade e a minha paixão, fui atrás de uma vontade de criar de outra pessoa, apoiada na base de outro, com a motivação de criar algo. Mas o que criei não foi meu.
Ao longo destes anos a trabalhar em vários projectos de outros, ganhei a experiência necessária para inclusive ter segurança de dizer que sei exactamente o que é preciso para fazer acontecer.
Claro que criei pequenos projectos só meus, porque sempre tive um grito dentro de mim que várias vezes me invadiu e a vontade de criar sempre fez parte do meu nome. E criei várias vezes. Mas no final, eu apenas escondi, não acreditei, recusei, até cheguei a apagar a minha arte. Custa-me admitir, mas, eu tenho de admitir, eu recusei-me. Talvez me recuse há 32 anos.

Porquê?

Porque me recusei?
Existe alguém em mim que em algum momento não foi encorajado? Não teve apoio na devida altura? Cortaram-me as asas e lançaram-nas num abismo para eu não as ver mais?
Talvez.
Estarei a assumir o papel de vitimização?
Talvez.

Quero concentrar-me em permitir-me ser mais e se alguma vez alguém não foi capaz de melhor, inclusive eu mesma, vamos perdoar. Eu perdoo. Perdoo-me por ter fechado tantas vezes a minha criatividade num quarto escuro. Onde não há luz nem cor e tudo é frio, nada cresce a não ser as bactérias. Não quero mais fechar a minha criatividade em sítios desses. Aí nada de bom cresce e pensamos que nada de mal acontece, mas as bactérias não se vêm a olho nu. As bactérias abundam neste mundo e nem todas são boas.

Não quero desvirtuar a mensagem que me trouxe.

A minha vontade de criar incendiou-me esta noite. O fogo não me queimou desta vez, ele aqueceu-me.
Deixei de ser lume brando, chama intermitente. Sinto-me incandescente!
Quero sentir-me assim para sempre.
E sem culpa.
Quero criar mais de mim, quero pedaços da minha essência em todo o lugar, por todo o lado. Eu mereço!
E se for à escuridão novamente, que seja para iluminar!
Que a minha luz ilumine.

Sejamos todos esta chama que nos chama a nós mesmos! Sem culpa! Sem julgamento.
Não quero mais julgamento, não aceito!

E eu tenho muitas coisas a criar, para mim!
Chegou agora a altura de olhar para dentro e transbordar de mim sem vergonha.
Porque eu tenho uma mensagem que grita em mim há anos!
E eu não tenho de chegar a todos, basta chegar a mim mesma.
Já serei feliz assim. Fugi de mim muito tempo.
E não quero mais fugir.
Porque eu trago boas notícias.
Eu trago uma mensagem ao mundo.



Diana Marques Estêvão









quarta-feira, 23 de setembro de 2020

A vida é uma fotografia e tem o tempo de um flash!

 







Adiamos como se todos nós fossemos eternos.Até posso ser jovem, mas não sou eterna e o que me dói é que os meus pais têm uma falsa eternidade pela frente menor que a minha.
Congelamos a felicidade, o convívio e os encontros desta vida como se ela nunca findasse.

Congelamos a parte da nossa vida que conteria nela o tempo para a família, os momentos com nossos amigos... como se eles pudessem estar sempre cá amanhã!

Cada dia que nasce adiamos as palavras que desbloqueariam tantos mal entendidos, tantos abraços perdidos e vem um dia que entendemos que algo desconforta o nosso íntimo.

Eu senti Saudade quando acordei da névoa onde estava.
Aquela que me fazia adiar todos os dias e semanas os abraços aos meus pais.
Dizer-lhes que são muito importantes para mim e que lhes desejo o melhor deste mundo e da vida!
Dizermos a quem amamos que gostamos deles.
Família, amigos, sejam quem forem eles.
A vida é uma fotografia e tem o tempo de um flash.







* FLASH! *







Há um clarão que nos acorda quando congelámos demasiado a vida.
Podem ser a mistura de saudade com culpa, por não estarmos tão presentes quanto poderiamos, desejariamos, conseguiríamos estar. E Queremos mesmo?
Por não termos proferido as palavras que alegrariam os dias deles.

Esse clarão procede após um tempo de escuridão, onde só enxergamos obrigações, tarefas, trabalho, contas para pagar, cansaço... E não, nós nao somos culpados. Somos responsáveis pelas nossas decisões.
Esse clarão deu-se na minha vida há pouco tempo.
Eu vivi uns anos numa falsa normalidade que me pedia tanto a cada dia e a cada hora que eu congelei tudo na minha vida como se fosse apenas uma semana perdida. Mas foram anos.
E despertei.
Não senti apenas culpa, Saudades e sensação de abandono. Eu sinto remorsos. Sim, remorsos, por não ter estado mais presente, por não ter conversado mais, porque sinto que abandonei.

Quando acordei, felizmente ainda todos estão cá.

A vida tem o tempo de um flash...

E à data de hoje:
Quantas pessoas contam vocês na vossa fotografia?








* FLASH! *

quinta-feira, 20 de agosto de 2020

Conto da Flor com Asas


- Doce planta, que espécie és tu?

- Não sou uma planta, sou uma Flor.

- E que folhas são estas que vestes?

- Não são folhas, são asas.

- És uma flor com asas, então, doce Flor?

- Não sei se sou doce, mas sim, sou uma Flor com Asas,
Pois à noite as minhas raízes soltam-se da terra e voam comigo.

- Que bela que deves ser quando voas à noite com as tuas raízes a esvoaçar contigo.

Que espécie és tu que voas à noite e em vez de folhas tens asas, que não precisas das raízes na terra e sais a voar?


Sou a flor que ninguém conhece nem ninguém sabe existir.
Sou discreta e adormecida ao amanhecer e desperto ao pôr do Sol cair.
As minhas folhas não são asas como as vês quando estou a dormir.
Doce ser, nem tudo é o que parece quando observamos com sentir.


...


E já era de noite.
Ela voo.




sexta-feira, 24 de abril de 2020

Amor, Acorda!


Amor, acorda!

Liberta de uma vez
Esse coração de Gárgula,
Em pedra,
Que antes só vivia à noite,
Enquanto todos dormiam,
Com medo de ser destroçado.
Já passou, Amor.
Estás comigo.
Está tudo bem.
Encontrámo-nos.
Eu sei tratar de Pedras Preciosas…
Como a pedra filosofal…!
Vem com tudo o que tens,
Eu não te faço mal.
Somos mais do que ossos quebradiços…
E eu acredito na esperança.
Eu sei que caminhaste em solos movediços,
Eu sei que perdeste a confiança.
A tempestade que atravessaste
Não volta mais.
És um homem que sobreviveu.
Agora recebe os raios de Sol.
Eu emano Luz, tenta vê-la.
A nossa felicidade está
Fora dos locais onde te escondes…
Sai da escuridão, ou deixa-me entrar.
Sente a minha luz e calor.
Deixa-me mostrar-te
O Arco-íris que me vai
Na ALMA!
Permite-me entrar no teu nevoeiro,
Permite-te desprenderes-te
Do conflito que te inquieta a calma.
O medo deixa cicatrizes, eu sei.
Eu não te vou magoar (-me).
Se não queres que o mundo te conheça,
Ao menos a mim,
Deixa-te voar-me.




Escrito algures em 2019…
Dedicado a todas as Gárgulas deste mundo.

Diana Estêvão

segunda-feira, 19 de novembro de 2018

A tela branca...

A tela branca fere-me os olhos que tentam nela ver palavras.
Escrevo sob este desconforto, perante a luz que ela emana,
Semi-cerro os olhos e vejo os pensamentos acerca de mim.
Falam sobre a minha história.
E eu crio um mundo isolado para a sonhar
As histórias dentro da história da minha vida
Como se as vivesse de verdade.

E encontro-me no vinho que tomo
Quando o tomo,
porque o bebo para me ver melhor.
Quanto mais turva for a imagem
Mais nítida sou para mim!

Perdermo-nos de nós mesmos é
Como se ficássemos órfãos
à espera de ser [de novo] amados.
É uma esperança quase estúpida
De tão genuina…

É o eterno aguardar pelo reencontro da alma.
E o espírito definha-se no corpo,
Mirram os sonhos,
Suspendem-se as vontades.
Sustem-se a respiração.

sexta-feira, 28 de setembro de 2018

Nasci Poetisa. Morro Guerreira.

Pode a gentileza habitar no implacável?


Como se junta Sal e Mel na mesma receita?
Pode comandar-se com suavidade e acarinhar com firmeza?

É possível que a sensibilidade da gentileza possa apaixonar-se pela acertividade da garra?
Poderá a assertividade amar a permissiva brandura?

Os opostos casam?

Liderar com certeza de que a doçura não adormece a coragem e que a força do grito de guerra
 não mata o sorriso de criança?
Como dou a minha mão esquerda que tem amor, com a minha mão direita que tem garra, num doce acordo com um grito de guerreira?

Não sei comandar as duas na mesma frente, 
as duas que tenho em mim.


quinta-feira, 17 de agosto de 2017

E mataste-me.

Com reservas expressei-te pobremente que para mim era difícil uma dança a pares.
Abraçaste-me o coração e estendeste-me a tua mão, que eu amo, num convite sincero para dançarmos.
Não aceitei, nem não aceitei.
Então proporcionaste-me um lugar confortável, só para mim. Aliciaste-me a dançar contigo e abriste um apetetite difícil de surgir, como só alguém especial consegue.
Quem tem este poder na mão pode usá-lo para bem ou mal de alguém.

Dançar contigo é como se me pedisses em namoro novamente. Mais perto ainda, é como se me pedisses para te apaixonares por mim e se eu poderia também apaixonar-me por ti.
Eu gosto de dançar. Amo música e expressão corporal. Tu não me conheces nesse cenário.
Dançar é como uma sedução efémera. É como um ato sexual amoroso e harmonioso. É tesao musical dançável. Eu descrevo o que é para mim.

Provaste-me que eu seria capaz de querer também!
Lançaste-me a mão da confiança e eu, que antes te contei quantos pontos levei na fratura exposta, eu que te contei como da última vez me estenderam a mão e me pediram para eu confiar, Confiei.
Confiei-te-me na tua mão, partida em cacos miseráveis, explicando-te que eu não me iria mover bem e que o meu aperto seria com amor e vontade, por ti cultivados, mas que iria falhar. Eu prometi-te falhar porque pior que isso não existe. E tu, seguro de ti e de tudo, prometeste o teu melhor: prometeste proteger-nos de mim, na dança, ciente das intempéries.
Alertei-te para a minha fraqueza e pedi-te que não prometesses o que a tua capacidade não fosse capaz de cumprir.
Mas num profundo sentimento de confiança e conforto, mergulhaste-me convictamente convencendo-me a apreender contigo o que é uma dança genuína a Pares. Como quem ensina o que é amar sem tabus.
E então, como quem chama pelo verdadeiro amor, ao som do teu pedido, como quem pede em namoro, eu fui.

E confiei.
Acreditei que não irias deixar-me cair ou largar da mão.
Eu acedi.
Acreditei.
Eu disse SIM.

O convite fez-se. E foi aceite a medo. Mas deveras confiado por ti e por mim.
Motivaste-me a fazer o que jamais teria coragem! Grata como estava por ser tua aprendiz, fiquei tão entusiasmada que até sonhei que dançávamos. Nunca te contei.
Disseste que eu era especial e que poderias dançar comigo com uma interação que só eu compreenderia. Porque o nosso olhar fala entre si.

A vontade que plantaste em mim eu não sabia ser capaz de sentir.
Acho que semeaste uma dançarina só tua...
Eu sentia-me tua mulher e criança ao mesmo tempo!

O teu braço forte estendeu-se como um tronco esguio do teu corpo elegante e pediu a minha mão.
Senti-me a mulher mais especial que alguém me fez sentir, meu amor.
A minha mão estendeu-se entusiasticamente para ti. A minha mão não te tocou logo mas eu dei um passo convicto na tua direção, tal como me despertaste a ser e levei o meu corpo mais perto do teu.
Estranhamente as nossas mãos não se tocam... Parecem tão perto e não te sinto a mão.
Há uma súbita névoa que não me deixa ver-te bem...!
Chamo-te, Meu Amor!
Mas para meu choque tu recuas o teu corpo de braço ainda estendido... O teu braço afastado e apegado ao teu corpo recuado, afasta-se do meu ainda estendido...
Atiro-me a ti e ainda te sinto finalmente os dedos, com a ponta dos meus..., mas estão gelados!
A tua expressão mudou e é agora fria. Quase apática. Como a ponta dos dedos que fechaste sobre a mão e a mão que encolheste com o braço... E o corpo que se afastou na névoa para fora do meu alcance.

Ainda me lembro da primeira noite que dançaste comigo mais seriamente; levaste-me à porta da transcendência... Soltaste-te do homem que conheço e eu senti-me privilegiada na tua presença.
Foste capaz de me fazer sentir o que as palavras fazem comigo.
Emocionaste-me.
E tal como quando canto, queria fechar os olhos, mas eras tão belo nos teus movimentos sinceros que entre o sonho de te ver e a utopia de seres verdade eu resisti a sentir-te de olhos fechados.

O tempo deu de si e a oportunidade não surgia...
Quando surgiu, a motivação não se descobria. Estranhei, mas como confiei, estava serena.

Estendeste-me a mão. Estendi-te o meu coração.
Tu não entendeste a dimensão do meu Sim.


[Alguma vez mataste alguém à nascença?
Foi o que fizeste com a dançarina que fecundaste.]

Recuaste antes de começar. Recusaste antes de eu falhar. Perdeste o entusiasmo pelo teu par.
Confessaste-o sem eu te pedir a dança.

Confiança, é confiança.
Tens todas as mulheres do mundo para confiares a tua dança.




Agosto, 2017


terça-feira, 13 de junho de 2017

Mulheres

As mulheres não podem expressar a sua opinião.
As mulheres não podem cantar com verdade.
As mulheres não podem dançar por paixão.
As mulheres não podem ser independentes.
As mulheres não podem ganhar um ordenado maior que o seu marido.
As mulheres não podem liderar.
As mulheres não podem ser mais que os homens.
As mulheres não podem amar.
As mulheres não podem ter prazer.
As mulheres não podem ser felizes.
As mulheres não podem ser...
As mulheres não podem...
As mulheres...
Mulheres...
Mulheres...
Mulheres.
Melhores...
Mulheres...
Melhores...
Mulheres...
São forças sobre-naturais naturalmente contidas num corpo.
Melhores que elas mesmas, melhoram-se há anos.
Mulheres são o Ser Humano mais fantástico que o Mundo experenciou.
Mulheres são sinónimo de Força mental.
Mulheres são a resistência persistente duradoura da capacidade de aguentar.
Mulheres são Todos os Furacões a quem deram o nome de
Mulheres!
Mulheres são mães do Universo.
Mulheres são matrioscas, são fertilidade cerebral e orientadora.
Mulheres são liderança muda.
Mulheres são o colo de todo o amor.
Mulheres são o pesadelo mais feroz de todos os homens.
Mulheres são o monstro da verdade mais precisa.
Mulheres são a riqueza mais célebre do Mundo que conhecemos.
Mulheres são VIDA.










Corre-me nas veias...

Nao te sufoques nas minhas veias...
Tenho histórias dentro de mim, mas elas transbordam-me e às vezes venho à tona e boio na superfície delas... Deixo-me alienar pela verdade das minhas fantasias mentirosas de veracidade...
Não as sigas nem as desmembres. São jamais identificáveis. É totalmente obtuso fazê-lo. Vais cortar-te nos vértices das minhas palavras e imaginar quem são as minhas personagens...
Vais queimar-te com as frases que são todas minhas, tal como todos os individuos de mim mesma.
Podes ter ciúmes. Mas serão ciúmes de mim mesma, então. Sou ramificada e deixo-me ramificar.
Deixo-me penetrar por mim mesma. Sou violada todos os dias por mim, por todos os que sou.
Traio-te comigo... Mas não me podes separar de mim.
É caro estar comigo. Sai caro porque a minha veia não é artística... É Divina!
Estar apaixonada por um homem é um sentimento pequeno ao lado do que é praticar a paixão pela minha vocação.
O arco-íris não tem sete cores. E existe muito mais do que cinquenta tons de cinzento...
Aguenta-me.



Demónio

Disseram-me que queimavas.
Que cuspias fogo.
Que magoavas.
Disseram-me que torcias,
Mordias,
Que podias e sabias, fazias
E acontecias...
Disseram-me que não.
Disseram-me mal de ti.
Contaram-me pior sobre nós.
Disseram-me que assustas a morte.
Disseram-me que fazes a tua sorte.
Desenharam-te torto.
Explicaram-te podre.
Tomaram-te por outro?
Procurei-te o corpo...
Não te vi porco, sujo ou morto.
Onde estás que não te vejo?

A Caligrafia


A caligrafia define-nos a superfície do que somos e algum conteúdo da derme...
Mas somos mais que epiderme e conteúdo palpável.
Somos o que não dizemos, somos o que queremos e o que não queremos tanto dizer. Somos se quisermos.
Fomos. E já o dissemos...
Quase tudo pode ser lido numa caligrafia ou não.

Será possível apaixonarmo-nos por uma caligrafia?

Guardaria com carinho trechos de caligrafias de todos os meus deslumbres, como se fossem pedaços das almas deles. Quase um mostroario de personalidades. Quase algo macabro. Quase algo espantoso.
Por vezes o que não é termina no quase...


terça-feira, 6 de junho de 2017

Retalhos de Vida

A sombra não se evita.
Não se apaga.
Não conseguimos afastá-la de nós...
Tal como o pensamento mais oprimido.

O Sol não pede licença para nascer,
Tal como a empatia não pede para acontecer.
O vento por vezes incomoda, mas outras sabe bem ter...
Tal como a cumplicidade não se cobra. Existe.
Dê jeito ou não, o bem que ela sabe ao crescer.

O deslumbramento não avisa.
O fascínio não nos evita.
O encantamento é discreto como a brisa...
E só quando é rajada sabemos que nos agita!

Como não cheirar o perfume intenso do desejo?
Como fugir da nossa sombra projetada
Se a nossa sombra própria existe em nós?!



sexta-feira, 12 de maio de 2017

Agarra-me como se eu fosse morrer.


Tu fechas os meus olhos inquietos com os teus lábios cuidadosos. E beijas-me o espelho da alma mesmo com as minhas cortinas implacáveis.
As minhas facas, pedras, armaduras, escudos e brutas palavras caem-me aos pés molhados pela água do chuveiro... E água que usas para me lavar o coração vagabundo e encardido, além do meu corpo pelas tuas mãos amolecido, confunde-se com a chuva dura que cai lá fora.
Separas-me mechas de cabelo e colocas nele mais que shampom... Essa delicadeza é que o amacia..., com o carinho de quem ama pela primeira vez e cuida como se não houvesse ninguém mais precioso... Tu, tratas de mim como se eu fosse desaparecer.
E eu chorei a primeira vez que me deste banho. Não viste as lágrimas porque no meu rosto só quis sentir as gotas de água do chuveiro onde me colocaste debaixo... Não quis naquele momento ninguém além de nós.
Esfregas a minha cabeça com as mãos que têm a sabedoria do toque e a sensibilidade de compreender os meus cabelos confusos e embaraçados.
E sinto-me uma criança a ser protegida... E se fosse menina queria ser tua filha, por desejar para mim todo o bem que tens para dar, a mim que sou a pessoa mais importante da minha vida.
As tuas mãos controladas deslizam pelos meus braços caídos... Tiram-me o peso da minha carga emocional.
O meu corpo é agora um pedaço de carne vulnerável que não protege mais a minha alma nua, exposta a ti.
Deixo a ambição, foco e determinação escorrer-me pelo umbigo abaixo até aos pés e ela vai-se pelo ralo... Fico apenas espírito, livre de amarguras e preocupações. Leve.
Nem sei o meu nome, onde estou ou que idade tenho. Que fazes comigo?
A água tem afinal sabor. O teu toque tem amor.
A tua respiração que desliza ao meu ouvido por entre as gotas da água são melodia do céu.
Tu nutres-me.
Faço de conta que não sei, mas nunca tive o que me dás. O valor que me atribuís leva-me ao meu interior mais grato.
Peço há tanto tempo o amor que me dás...
Peço sem pedir em palavras.
Pedi com as lágrimas que verti por todas as pessoas que nao me fizeram feliz!
Tu és aquilo que sempre quis.


Deseja-me como se nunca me pudesses ter.
Ama-me como se me fosses perder.
Agarra-me como se eu fosse morrer.










domingo, 12 de março de 2017

Quando me respiras



Quero a minha boca
preenchida de ti,
Quero a tua respiração à solta,
Descontrolada por aqui.
O ar da minha boca
Passa agitado para a tua,
Respiramos boca a boca
Enquanto nos olha a Lua...
Quero sentir as nossas peles
Presas pelo nosso querer
Como se uma à outra
se quisessem comer!
E quero que me comas
Hoje, amanhã e depois,
Gostava de te dar o mundo
Do meu mundo todo, a dois!
E quero-te ainda mais
Quando tu suspiras,
Inspiras
E me retiras
A razão que tentei criar
Na verdade que transpiras,
Quando me abraças
E me respiras...





segunda-feira, 6 de março de 2017

Pensar-nos...

Trazer-te ao pensamento nem sempre é bom.
Há prazeres adormecidos que quero manter repousados dentro de mim.
Trazer-te ao pensamento, trás-me ao momento presente o teu cheiro e a sensação interna da tua presença dura em mim. Dentro de mim.
E não te posso ter no pensamento, fisicamente representado pelas minhas palpitações, suspiros e contrações... E sensações do meu próprio corpo, como se estivesses aqui, simuladas por ele imaginar que estás comigo.
É quase estimulante, passar pela minha mente uma memória fugaz de ti, quando me lembro que existes... E logo retomo o acto presente do que faço!... Para não relembrar o que faço contigo, só porque existes...
Como não posso pensar em ti como mereço e como bem mereces...
Prefiro nem me lembrar quem és.
Prefiro esquecer que existes.

...

Hoje não te vi.
Hoje não te vejo.
E hoje, ainda não me vim...?
Não há tempo para te ver...
hm...
Mas agora posso imaginar-nos.
Eu cá e tu lá e ambos não temos tempo para o nosso tempo que é sempre longo, o nosso tempo tão nosso, tão intenso que não entendemos quão imenso ele é, o nosso tenso tempo... Tenso de paixão.
Então imaginei-te.
Trouxe-te à memória com o propósito de sentir-te na pele como se estivesses cá.
Por mim, eu e tu, seria todos os dias. Seria todo o dia.

Hoje pensei-te de forma mais física.


quarta-feira, 1 de março de 2017

Dou-me-Te

Estou preparada para me
Dar-te,
Como não me dei a ninguém.
Ensinaram-me que vale a pena descolar,
Mesmo podendo levantar voo e cair.
Ensinaram-me a não ter medo de voar.
E contigo eu voo.
E dou-te o mundo.
E se não puder dar-to,
Dou-te o meu mundo todo
E levo-te a dar a volta ao mundo,
Bora?

Entrelaça os meus dedos nos teus
E mostro-te como é sentir o amor na pele
E a paixão à flor da pele que se arrepia...
Por ele.
A paixão pediu o amor em namoro...

Permite-te ser bem cuidado e
Tatuo teu nome bonito no meu coração,
Pinto-nos num quadro só nosso,
Desenho o nosso abraço a carvão,
Escrevo que te adoro em todas as praias,
Mando passar um avião a dizer o quão
ÉS ADMIRÁVEL!
Levo-te ao colo para a cama,
E levo-te o pequeno-almoço à cama,
Faço amor contigo de manhã à madrugada
E durmo contigo abraçada...
Levo-te de mão dada
Ao teu medo mais profundo.
Percorro toda a auto-estrada
Para estar ao teu lado, por apenas um minuto.
Se me deixares, faço-te o Ser mais feliz deste mundo...

A paixão pediu o amor em namoro...
A minha paixão não é pelo teu corpo,
"Apaixonei-me pela tua personalidade"
Já escrevia o poeta de bairro na cidade...
E eu dou-te o tempo que precisares,
Se o teu tempo for o meu também
E não me escolheres
Mas não escolheres mais ninguém...
Porque o que sentimos não tem escolha
Se não for ir mais além... Além.
Mutuamente não temos alternativa!
A coincidência escolheu-nos e
Dessa manobra decisiva, estamos aquém...

A paixão pediu o amor em namoro...
Não deixes o amor negar.



quinta-feira, 23 de fevereiro de 2017

Eis a Rosa, eis a questão.

Ofereço-te uma Rosa
(Com os espinhos que gostarias de ter,
Vermelha, cor do coração que sabes usar,)
Com o carinho que te tenho
E o que tenho para te dar.

Antes de te a entregar, eu
Passei-a pelos lábios, molhados,
Que tu não paras de beijar...
A textura lembrou-me a tua pele
Que eu não quero deixar de tocar...
Esta Rosa passou pelo meu pescoço,
Que tu sabes e aprecias arrepiar.
Lambi-a suavemente e despedi-me...
A sua suavidade faz-me lembrar
A forma como te trato, singular...
Os espinhos estimulam-me ideias
Para me fazeres rir e gritar.

A Rosa está morta. Fui cúmplice.
Ela pagou com a vida
Para estar nas tuas mãos agora.
E tens a chance viva
De lhe dar uma vida útil...
Tens o tempo de uma Rosa
Enquanto tiver a sua beleza e forma...

Escolhe, minha Inspiração,
Amante, Paixão, Amigo,
Se agora, por Adição...,
Queres Namorar Comigo?


23/02/2017

sábado, 18 de fevereiro de 2017

Se não te chamasse pelo nome...

Vou apenas fazer o que as minhas palpitações me dizem, elas explicaram-me que és especial para mim e o teu abraço denunciou a tua bondade.
Porque...

Poderia usar o teu corpo,
Abusar da tua simplicidade,
Tomar a tua suavidade...
Chamar-te pelo nome,
Mas se analisar o que me fazes sentir,
Sem ver a tua carne, chamar-te-ía de...

Refugio quente e acolhedor
Que me recebe de olhos dóceis
E me recolhe num carinho único
Como se o mundo fossemos só nós.

Serias obviamente dia de lazer
Por conta das horas felizes
Que trocamos juntos
E todos os momentos de prazer.

Se fosses um dia da semana,
Valerias por dois dias,
Meu reforço de Mana...
Serias o meu doce Fim-de-semana.


domingo, 12 de fevereiro de 2017

TexTUra

Textura
é quando a tua pele provocadoramente suave
se molda à minha impressão digital...
e sinto que as tuas reentrâncias
contornam as minhas mãos.

Textura...
é quando
a linha bem desenhada da tua boca
preenche os meus poros...,
quando a tua doce língua molha
as papilas gustativas da minha
com o teu sabor que trocas com o meu...
e...

Textura...
é...
quando sinto o teu cabelo teimoso
por entre os meus dedos de poeta...
quando os teus olhos fechados
vêm o brilho dos meus nos teus
e a própria lua parece brilhar menos que nós,
mas...

Textura é o teu olhar que me embebeda,
atravessa-me e entorna-me sobre ti,
é o teu cheiro que respiro sem esquecer...,
o teu odor que revivo sem querer...,
aquele que me emprestaste e me viola
quase sem eu perceber.
E tu
Texturas-me...
com a tua maneira peculiar que me vai decalcando...
Eu gosto obviamente da tua textura.
Essa volúpia que me enlouquece sensorialmente
fazendo com que te sinta, te veja, te ouça
e te deseje por toda a parte!


D.E.
7/02/17

terça-feira, 24 de janeiro de 2017

A Melhor Fase da Lua


A noite encoraja-nos a ficar,
Mas o tempo urge, esse doseador natural
De sentimentos que se querem demorar...
E nós, proporcionamo-nos pelos dias fora
À espera da Lua que não vem,
À espera do tempo que nos devora.

Sem reticências não tem graça...
E a reserva prevalece à vontade,
Enquanto não há à-vontade
Para que a nossa quantidade
Seja a desgraça da nossa deliciosa farça
Que preserva a nossa necessidade...

Quero congelar a melhor fase da Lua.
E que todas as noites a vejamos!
Quero-a todas as noites na nossa Rua.
Se essa fase for a melhor face da Lua,
A minha melhor e a Tua.


Diana Estêvão, 2017




segunda-feira, 16 de janeiro de 2017

"Se puderes olhar, vê. Se puderes ver, repara." Saramago

Já aprecio mais "pessoas"
Como antigamente o fazia naturalmente
Sem pensar sobre o processo normal
Que é ser gente e gostar da gente.
Houve uma altura que interrompi
O processo natural de convivência
E o gosto natural por "lidar com"...,
A minha paixão por abrangência...
Sem me dar conta de como era bom.
Felizmente, encontrei-me algures novamente.
Voltei a ser mais eu de novo.
Agora mais penetrante.
Voltei mais incisiva.
Dizem que o meu olhar agarra.
E eu agora olho mais ainda,
Eu devoro o rosto que me amarra.
Não quero mais perder este EU.
Quero alimentar esta forma de Ser.
Quero de novo a gente que me conheceu
Como eu Era, como o EU que não morreu!
Quero-me AGORA.

Dou por mim a comer as pessoas,
Sem lhes tocar...
Com os ouvidos,
Com a boca,
Os meus olhos que comem mais
Que todos os meus sentidos...!
Observo as pessoas enquanto falam,
Vejo os lábios a mexer e o som da voz que têm...
Sinto-as. Mesmo sentir.
Com todos os sentidos que tenho o privilégio de ter,
Mas sem sentir o toque... Sem o tacto.
O toque é especial. É o sentido mais forte... Tacto.
É com tacto...
O melhor contacto...

E...
Não é delicioso as pessoas não estarem junto de nós
E mais tarde, sem as ter por perto
Vermo-lhes os olhos, os contornos dos lábios
E sabermos como é a voz!
Tudo, na nossa mente, guardado...
Não é fantástico?

Então vamos ouvir mais e ver mais...
Sentir mais quem está junto a nós.
É apaixonante.





sábado, 14 de janeiro de 2017

O lago de onde me bebo

Sou tantas que me apaixono
Por todos os momentos de mim...
Todos os meses,
Todos os anos,
Todos o meus dias que me adiciono mais...
Sem ver o fim.
E quero todo o amor que me tenho
Mereço todo o amor que me sinto!
Mereço tudo o que cativar de mim, em mim.
Se me provasse ficaria refém
Do que a minha pele pode provocar no paladar.
Do que a minha voz pode provocar na audição.
Do que o meu toque pode despertar na sensação...
Do que o meu olhar poderia despertar na visão,
Se me tomasse, hipoteticamente, não havendo a razão.
E há tantas em mim que eu nao conheço
Que quando experimento,
Alimento o sabor que tenho
E suplemento a paixão que construí...
E
Cada vez me apaixono mais...

Se eu morresse agora, morreria completa e perfeita,
O mundo é que ficaria incompleto.


segunda-feira, 2 de janeiro de 2017

S.E.X.O

Sexo
É salivação,
É olhar fixo,
É libertação,
É vulnerabilidade,
É repetição e insistência viciante
É observação continuada,
É troca,
É visão privilegiada,
É força!
É respiração não controlada…
É a concretização do pensamento,
É a superação do desejo,
É odor,
É todos os milímetros de pele,
É sabor,
É um esforço recompensado,
É um suspiro demorado,
É arfar,
É uma dança peculiar…

É saboroso se houver boa física
Mas é inesquecível se houver muita química.


Os corpos húmidos transpiram soro da verdade,
Que destilado dá a coragem e vontade…
Resultado que só a tesão soube proporcionar.

terça-feira, 20 de dezembro de 2016

Marcas do prazer


Mostra-te.
Deixa-me tocar-te na crueldade.
Mostra-me quanto és capaz de provocar-me... Dor.
Deixa-me provocar-te a maldade.
Deixa-me ver mais além da tua firmeza...
Deixa-me quebrar a tua postura
E como já conheço a tua doçura,
Deixa-me ser a tua presa... Presa á tua cura.
E fura...
Quero essa fera dentro de mim!
Essa que escondes ter...
Solta esse animal que és.
Eu já o vislumbrei e tu ainda não o apresentaste.
Escuta:
Rebenta comigo.

Desbloqueia a prisao do teu estado,
Eu deixo-te expandires o teu mal sobre mim
E explodires em cima de mim
Essa brutalidade que afirmas prender...
Deixa-te foder-me...
Aperta-me contra ti num falso abraço
E permite o meu corpo dorido lembrar-me a tua força
No dia seguinte ao que me prenderes no teu quarto.
Mostra-te.




domingo, 18 de dezembro de 2016

Tenho 3 dias de vida

Tenho 3 dias para me apaixonar por mim.
Tenho 3 dias para me perdoar de tudo.
Tenho 3 dias para me curar de mim, dos outros e da vida. 3 dias para aceitar o mundo. Sem ter de o compreender, mas aceitar nele a minha presença subversiva.
Tenho 3 dias de vida, que escolho para ser o retiro da minha alma no meu corpo de então.
Tenho três de todos os dias para me reencontrar.
Tenho 3 dias para me assumir a mim e me achar.
Tenho 3 dias para curar-me.
Tenho 3 dias em retiro pessoal e espiritual.
Tenho 3 dias para amar-me apaixonar-me por mim. Quero que seja como não foi para com ninguém.
Tenho 3 dias para me separar do mal e do negativo.
Tenho 3 dias de VIDA.
Tenho 72 horas de vida que quero viver no Aqui e AGORA.
Tenho 3 dias para morrer e nascer.
Tenho 3 dias para me admirar.
Tenho dias para me apaixonar.

sábado, 17 de dezembro de 2016

Um drama erótico sem filtros



Prostituis o teu coração quando entregas o teu corpo em troca de uma correspondência amorosa que não vem nem virá e, tu sabes disso. Vendes o teu amor e carinho ao desbarato, desvalorizando o teu valor.

É a prostituição do amor.
E fodes como nunca. E fodes bem. Porque fodes com amor.




sábado, 3 de dezembro de 2016

O nosso segredo explícito


São segredos molhados,
Os nossos contos somados e
Tudo o que já escrevemos e
E que contamos suados...
E prometemos, ousados, gozos
Dos nossos corpos deitados,
Os corpos sentados...
Os nossos corpos a vibrar
Histórias de quando
Me torturas a líbido
Até a nossa tesão se cruzar...
São o nosso segredo explícito
De um prazer secreto, ilícito.


Não da mesma forma.

Não volto a ser tua.

Mesmo que o céu venha a mim
E as estrelas caiam em desejos pedidos.
Os meus desejos perdidos gritam na minha lembrança
E mesmo que os planetas se alinhem para nós,
Não me terás.

Não sei o que vens ensinar-me
Nem o que vieste fazer outra vez...
Mas mesmo que não volte ao lado negro,
Não te quero mais.

Mesmo que a saudade me torne mais triste
E a minha ternura por ti seja da cor da água,
Não volto para ti.

Mesmo em nove milhões de milhas,
Não havendo alguém que me toque mais,
Tu já não me tocas muito mais
Que os demais sensacionais.
E eu não te quero mais.

Se me queres mais uma vez
Ou umas vezes...
Mesmo que eu seja especial,
Assim capaz de te fazer feliz...
Não volto a ser tua.
Não da mesma forma que me poderias ter tido:
Original.

Estragaste a magia.



quinta-feira, 1 de dezembro de 2016

Tu foste.

Foste aquele que passou, nem sei bem como nem porquê pelo meu registo de prioridades e vislumbres.
Posso dizer que fui buscar-te. Porque sei que fui. Imaginei-te perto, muito antes de teres sido o que foste para mim. Nunca te disse.
Poderia ter previsto, por isso mesmo, que irías bater-me forte na minha capacidade de sentir.
O que senti foi tão forte e desenvolveu-se tão rápido que pareceu que já tinha sido sentido há anos e se congelou em séculos para desencadear novamente.
O que senti por ti roçou ali num carinho estranho que se sente quando se sente amor.
Só sei que não foi, porque a paixão têm a capacidade de nos iludir e assolapar e o amor constrói-se com ponderação e muito tempo. E eu já senti o que é amor. Sei o que é amar um homem.
Poderia ter previsto que não poderias ser apenas um apetite da minha seletividade... Uma iguaria que escolhi. Poderia ter previsto, mas preferi sentir-te.  Intensamente. E não lutar-me ou contrariar-me. Vi-te a levar-me a não ter medo, mas observei-me a apaixonar? Analisei-te? Se estarias a levar-te comigo...?
Senti e permiti-me sentir tão intensamente quanto o meu egoísmo me permitiu. Fui egoísta de mim para mim. Deixei-me vislumbrar só pelo prazer de saber-me tão bem estar apaixonada como estava. De verdade. Mesmo após entender que isso me daria uma amargura na mesma proporção ou maior que o prazer sentido por me relacionar contigo.
Foste o que era capaz, como há muito alguém não era, de me fazer voar.
Foste o que me fez repensar as minhas prioridades e ser egoísta de mim para mim. Por ti eu largava muito do que tinha acabado de definir... Do que tinha esclarecido ser um rumo a seguir. Eu inverti-me 180º, sobrepús desejos nos meus desejos. Eu alterei metas, turvei horizontes. Tudo por o que senti por ti. Não por ti. Ou foi por ti? Sei lá... Mas que senti, eu senti!
Alterei vezes sem conta o que idealizei para mim, por teres chegado onde chegaste dentro de mim.
Tocaste onde não sabia que poderias. E a certa altura, eu a ver isso acontecer e a deixar acontecer... E a torcer por acontecer...
Inverti valores e opiniões por momentos e pensei que estava a ficar louca.
Levaste-me para onde fui ou eu fiquei momentaneamente louca e fui sozinha? Eu é que me levei a tal paixão e loucura? Ou conduziste-me?
Aquele tempo tão curto pareceram-me meses...
Não imaginas no que me fizeste acreditar no início! Fizeste-me sentir uma princesa, após a guerra dos tronos passada.
Até me esqueci que nasci Rainha e não foste tu quem me fez princesa. Ainda que me sentisse levada ao colo...
E enquanto escrevo, um nó se forma dolorozo na minha garganta, aquele nó que nos dá a tristeza quando a prendemos, de quando ainda sentes o que pensas e pensas no que ainda sentes.

Ainda estou para compreender «Porquê?».
Porquê? Quem és tu afinal?
"O Tal" na minha crença, já não existe porque percebi em tempos passados, antes de ti, a realidade de dificilmente uma relação ser para a vida e essa, não é para mim. Existem Tais... Uns especiais.
Talvez por seres tão o meu deslumbre e uma fraqueza para mim, não foste um tal nem ficaste.
E assim, semelhentemente doloroso, mais ninguém o será para mim.
Mas já foste... Foste embora.

Mas Tu foste.

Ainda bem que foste.

terça-feira, 22 de novembro de 2016

Marco(-te) em mim.


Marco o início da tua chama...
Em mim.
Marco o teu nome na minha mente,
Com um fim.
Marco o compasso da tua música no meu corpo
Ao som da tua voz para a qual me dispo.
Largo as roupas que me inspiraram a pele
E seduzo o ar que respiro...
Inspiro-te a líbido e expiro lubrificação
E não precisamos gostar das mesmas coisas
Para dançar no mesmo ritmo ao serão.

Bem-vindo ao meu mundo...
Imaginar a tua lígua está a matar-me.
O Depois já não é mais a hora e tu...
Nem imaginas o que me fazias agora.

O que ontem me era morno, hoje está quente
E imagino-te a ter confrontos de prazer...
E por ser poeta não controlo a minha mente...
Danço nua entre a tua ausência e o meu querer.

Não te digo metade da metade do que penso,
Senão não era quem sou
E o que sou não gosto de falar...
No meu olhar vês o que não te conto,
Porque o que sinto, sem querer deixo escapar
E o que sou, eu só gosto de mostrar...

Mas o que sinto é intenso e original...
É imenso e superficial...
É profundo e liberal...
Mas é efémero e não espera pela moral.

Já brindávamos a nós...
Já nos tocávamos a sós.
Quando não sabemos o que esperar
Desconhecemos o que perdemos...
Como a chama que criaste...
Onde foste, que já não a vens apagar?


sábado, 19 de novembro de 2016

Treinar o Músculo

Doeu.
Feriu-se. Lambi-o com carinho.
Caiu algumas vezes.
Partiu-se umas tantas.
Tantas vezes que o apanhei aos bocados...
Algumas partes dele eu acho que já nem as tenho.
Eu já nem me lembro se as achei...
Fartei-me de apanhar-lhe os cacos.
Colei-o com saliva e paciência...
Ficaram as cicatrizes.
Já não sente da mesma forma de forma tão imediata.
Não se deslumbra por encantos imediatos ou demorados.
Não se arrepia tanto, mas também não se magoa tanto.
São os caules da pele que o reveste.
São tatuagens de aprendizagem.
Os corações também se treinam.



terça-feira, 8 de novembro de 2016

Todas as praias já foram rochas em que a água tanto bateu...

E aposto contigo
Que as ondas que gostas de sentir
Não as sentes com outros mares
Porque a tempestade que eu sou
Cria marés vivas de uma intensidade
Que a tua terra treme de me ter em cima
A varrer a tua pele e a fazer espuma...
Para depois me infiltrar nos teus grãos morenos.



Sentir assim esta droga de mim


Quando me drogo de mim mesma
Não cabo em mim de tão veloz!
E se eu pudesse, eu levava o mundo à minha frente!
Há um fogo qualquer dentro do que sou
A querer sair...!
Há chamas no meu olhar, há faíscas nas minhas mãos!
Há motivação na minha alegria,
Há força no meu querer.
Há vontade na minha força
E há fé, na minha pessoa, em vencer.
Venham desafios, porque eu preciso de mais.
Preciso de emocionar-me com mais.
Aprender mais, soar mais, gritar mais!
Viver mais! Doer mais! Cantar mais!
Cair mais.
E só espero que a vida não desista de mim.


...sugestivo, subtil.


...e mentia, se te dissesse que não senti.
quando me tocavas, tão perto, não senti senão aconchego e ria-me por dentro, por saber o que pensavas, naquele momento.
e eu, sim, quase assaltei a tua boca naquela amostra de gozo mútuo... por isso, se estiveres de novo comigo faz-me o favor de me calar. e já na hora, aproveita e sucega-me as mãos de forma que eu não ponha na boca senão o que me deres.
cala-me com a tua língua. amarra-me com mais de ti. mais de ti, entendes?
mostra-me, o que tens escondido e não vi, em ti; o que ocultas com a tua seriedade, tão oposta à minha espontaneidade bruta. camuflas algum momento mais profundo de ti ou és mesmo sempre assim? mostra-me-te. e cala-me.


sábado, 5 de novembro de 2016

Cabeça no Ar & Pés na Terra



Na compostura cuidada
Da sua estatura meio frágil
Dança uma mente perturbada
Por se desenhar tão ágil...

A loucura é o que a mantém tão forte
A sua energia vulcânica atravessa
As outras vidas e esta morte...
E ela dança em bicos de pés, descalça.

Toca no céu todos os dias
Com o sonho de ser mais,
Segue à margem das guias,
Sonha sonhos verticais.


Emigrantes do Coração

A aqueles que estão tão longe que se sentem perto da saudade…
A aqueles que se afastam para ter melhores oportunidades mais perto de si.
A aqueles que partem com pouco em busca de algo mais,
A aqueles que se dividem na esperança de se completarem um pouco mais, no vazio que é a solidão de se afastarem de filhos, irmãos e pais, para ter melhores condições que os demais e outros que tais…
Admiro-vos.
Não interessa se partiste para te conheceres melhor ou se foi para te alimentares de uma fatia de pão maior quando aqui escasseava e tinhas de escolher entre ti e em redor.
Não interessa se partiste porque aqui não te encontravas.
Não interessa se foste porque tens um melhor trabalho.
Eu quero que saibas que te admiro.
Sejas emigrante neste país que é Portugal
Ou emigrante do teu país natural,
Porque eu sei que és emigrante do teu local mais especial, ainda que por vezes digas não querer voltar ao teu lar original.

Conheces como é sentir Amor à distância…
E eu admiro-te.
Porque…
Imagino como seja à noite, quando antes estavas com eles no quente do vosso partilhar…
Num sofá, de chá, um cobertor e a partilhar…
Imagino o vazio de não conversar, de querer e não estar, de ouvir mas não ver falar…

Comprendo…
A língua que não é a tua, torna-se às vezes ruído…
E este silêncio que preenches com TV e Internet não mais é necessário senão pelo vazio que tens vivido…
A tecnologia que aproxima e tenta fazer sentido mas não é capaz de substituir quem não está ao alcance do teu corpo ressentido.

Eu admiro-te, pessoa emigrante, que emigraste do teu coração.
Porque eu imagino-te a chegar a casa sem o calor da receção, seja do gato, do cão, do primo, da avó, avô ou irmão.
Imagino-te a comer a sós contigo, não digamos sozinho, mas contigo…
A ver uma série, um filme e notícias afastadas da tua verdade e a pensar no que te impede de voltar e no que te move a ficar. É a contradição dolorosa de não estar.


Rir sozinho de algo que aconteceu quando ninguém viu e quiseste partilhar.
Eu admiro-te. Admiro a tua força. Todos os dias.

Não sei qual o teu credo, mas tens fé, pois Fé é Esperança e faz parte do Ser Humano e se estás onde estás, é a batalha que se traçou para ti.
Se estás onde estás, só tens que ter Esperança. 


Dezembro, 2015



sábado, 29 de outubro de 2016

Não é só amor, o fogo que arde.

Quando o silencia gritante da tua ausência abafa o ruído estafante da minha saudade, eu chamo por ti em pensamento, que chamar o teu nome com a minha boca, sabendo que na minha voz o teu nome te leva a minha verdade, é o mesmo que dar o meu tesouro ao bandido, com as mãos estendidas sobre o teu fogo que não é amor, mas ele queima. E arde...

quarta-feira, 26 de outubro de 2016

O aveludado das tuas noites

Acho que me deixaste apaixonada
Pelas noites que nos davas
De Lareira, Vinho, Amarrada...
Estas são agora as minhas Chagas...
Eu enrolada naquela manta
Que desenrolavas com o teu fogo...
Só para mim, por mim...

Quantos cheiros me lembram
Os nossos brutos gestos...
Quantas imagens me vêm
De quando me vinha...
Pervertido e perverso,
Poeta avesso... Por onde andas?

Romântico Gótico,
Um tanto Barroco...
As nossas imagens vêm-me à mente...

O veludo vermelho não me larga...
Nem o Sofá nem a música.
Nem o teu cabelo que gostei e puxei...
Ou o teu pescoço que mordi e suguei
Como se te comesse sem faca.
Estas vozes não me deixam...
Estas músicas não me abandonam a mente.
Nem esqueci como é sentir-te
Bem entalado dentro de mim...

Só te abandonei porque insististe,
Senão apenas me tinha afastado
Quando me disseste
Que te apaixonaste por mim.
E eu só me apaixonei pelos nossos momentos.
Eu não poderia permitir entre nós
Tais sentimentos e desfazamentos.

A tua promiscuidade derrete-me...
Quero de novo, mais desse gozo
De alguém que diz asneiras comigo
Com a mesma elegância...

Foda-se...
Apanha-me outra vez...
Fode-me outra vez.
Recorda os meus sentidos
O que a minha mente lhes tenta fazer sentir...
E o que sinto são só arrepios...
Poeta...?













domingo, 23 de outubro de 2016

Estranha, eu.

Eu observo o mundo do topo da minha perspetiva.
Analiso.
Eu absorvo o todo do mundo e transformo e expiro em alegria.
Só assim sou tão feliz. Acreditando que estou de facto feliz.
Se não for alegre o que vejo, assumo que o equilíbrio só existe se existirem opostos.
A minha boa vontade já me trouxe socos na barriga.
Mas continuo a querer abraçar o mundo e a levá-lo pela mão.
Eu escolho pessoas. E torno-as as minhas pessoas.
Defendo-as como se fossem eu.
E quanto mais difíceis e menos atraentes (com falta de amor e repelentes naturais de pessoas), menos eu desisto de as largar.
Eu tenho a esperança de mudar as pessoas. Dobrá-las. E são guerras perdidas, algumas não são?
Eu escolho as minhas pessoas e não as largo.
Magoo-me, caio, levanto-me. Mas deixei uma semente nessas pessoas.
Perdi um pouquinho de mim pelo caminho. Mas no dar nem sempre está o receber. E às vezes recebe-se, mas não do mesmo que damos.
Eu sinto em mim todas as forças para ir avante com as pessoas que escolho.
Nunca passei num sítio sendo indiferente. Nunca fui indiferente na vida de ninguém.
Tenho amor para dar que chega para mim e para os meus todos.
Quando me dão maldade, eu dou calma... e envio amor. Em silêncio.
E mesmo que me dêem ódio... eu quero continuar a dar amor.





Uma Porção de Céu.

És feito da mesma dose de loucura que eu.
Tens a mesma porção da poção que arrasta o mundo
E leva tudo à frente num grito, num segundo!
Lambi-te a cara e respirei-te a alma
E soubeste ao mesmo que eu quando me tomo...
És de uma textura similar e encanta-me fazer amor contigo.

Não esqueço a pele que trinquei.
Não esqueço o sabor que dela provei.
Não esqueço do que olhei...
Enquanto me retribuíste o prazer que a seguir te dei.

Dançamos em cima de cordas...
Contorcemo-nos na areia e
Amassamo-nos nas ondas...
E quando me contas as histórias que escreves
Eu engulo o teu sabor a aventura
Com apetite para te tomar com a loucura
Que me conheces com ternura...

Vamos partir o céu ao meio!
Porque quem decide o meu limite sou eu!
E quem conhece o limite?
Quem conhece o fim do céu?



Eu

A minha foto
Planeta Terra, Portugal
Desfrutem-se...

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